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A garota do coração de gelo.


Podem me chamar de tola, idiota até, mas a verdade é que eu sempre me importei com a opinião das pessoas em relação a mim. Eu achava que a impressão que eu passava sempre era a pior, que eu era o principal motivo das gargalhadas das pessoas. Tinha momento que não havia como negar, os olhares que a mim era direcionados sempre me deixavam envergonhada, eu chegava a corar, e então se ouvia uma explosão de risos altos, mas eu olhava para trás e não havia nada de anormal, ninguém estava rindo.

Aquilo já havia saído do meu controle, não era mais real, era doença. O que sempre me incomodou foram os olhares tortos e maldosos e os cochichos, eu não fazia ideia do por quê eu era o alvo de tudo aquilo. 
Minha personalidade foi formada assim, uma garota anti-social, que se preocupava em saber como era sua imagem diante da sociedade. Sem amigos, apenas acompanhada por um bom livro, afinal, minha avó costumava dizer que nunca se estava sozinha quem estava acompanhada por um bom livro.

Criei resistência a qualquer tipo de relacionamento, seja ele amoroso ou não. Passei a me esconder por trás de sorriso amarelado, de uma máscara cujo rosto já não era o meu, e de uma armadura invisível que eu criei para (tentar) me esconder dos olhares que tanto me intimidavam. Assim, deduzi que as pessoas veriam apenas o que eu tinha por fora, a minha aparência física, e com o tempo toda e qualquer emoção que eu sentisse, era minúscula e eu não deixava transparecer de jeito nenhum. Eu havia me tornado a "garota do coração de gelo" .

Passado um tempo vivendo num mundo criado e moldado por mim, sem opressão, sem sentimento (a não ser nos meus livros de romance) e sem vida, eu descobri que meu maior ponto fraco são os outros, é a importância que eu dou (dava) pra opinião deles. E meu maior defeito foi permitir que esse sentimento se instalasse em mim feito um parasita, mas isso acabara de mudar...




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