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Até que a morte os separe...



Nos conhecemos no casamento de um amigo meu. Eu era o padrinho do noivo e ela era a madrinha da noiva. Gostei dela logo de cara. Tínhamos muito em comum. Marcamos um encontro no cinema, descobri que ela gostava de filme nacional e, por sorte, na época o filme Lisbela e o Prisioneiro estava em cartaz.

Confesso que não estava querendo embarcar em mais um romance. Eu havia me magoado o suficiente para que meu coração criasse um escudo inquebrável em relação ao amor. Eu só queria uma amiga, e até então era isso que existia entre nós: amizade. Mas, milagrosamente, ela destruiu o escudo que existia em mim e não haveria mais como não se apaixonar.



Fazia tempo que eu não sorria daquele jeito. Na verdade, fazia tempo que eu não sorria. Só percebi isso quando senti se amolecer facilmente o petrificado das minhas bochechas. Senti que todo o peso que eu estava carregando havia se diluído feito gelo no sol. Me senti leve. Queria viver aquele romance, aproveitar o momento. Carpe diem, certo?!

Nossos encontros eram divertidos. Adoravamos andar na roda-gigante, lá era romântico o bastante para nós e eu sempre conseguia arrancar um sorriso dela após um beijo. Nós ríamos, brincávamos, nos amavamos. Passar todo o meu tempo livre com ela era o que eu mais gostava de fazer ultimamente.

E hoje finalmente nos casamos. Eu me encontro no altar à sua espera. Estou inquieto e ansioso, não entendo porque as mulheres se atrasam tanto para chegar a igreja. E de repente, as portas se abrem e ela vem ao meu encontro. É a noiva mais linda do mundo, não tenho dúvida. Ao vê-la tão deslumbrante, percebo o quanto sou grato aquela mulher. Ela é responsável pelo meu sorriso. Notei que estou casando não para ser feliz. Estou casando para fazê-la feliz, e só assim ela terá capacidade para retribuir tamanha felicidade.

"Eu Vitor, recebo-te por minha esposa e a ti Laura, prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida, até que a morte nos separe!" Recitei os votos lentamente, colocando a aliança no seu dedo e chorando. Um choro de alegria. Um choro de emoção. E ali começou mais um parágrafo na minha vida, eu escrevia linha por linha com a ajuda de minha amada, usando vírgulas e reticências, mas nunca colocando um ponto final...


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