Ela era uma garota amargurada. Passava horas na frente do espelho tentando encontrar alguma parte do seu corpo que fosse admirável, falhando em todas as tentativas. Mas ela era diferente das outras, e isso era incontestável. Acabara de completar dezoito anos, porém nada mudara... até então.
Naquele momento estava ela, papel e caneta e seu coração explodindo em palavras que precisavam ser ditas, mas ela preferia escrever. Afinal, aquele pedaço de papel surrado a ouviria melhor que qualquer outra pessoa, ou coisa. Batia as unhas na mesa em um sinal de inquietação. Escrevia trechos distintos, um não tinha nenhuma ligação com os outros, mas mesmo assim diziam exatamente tudo o que ela sentia.